Um ano no Canadá – Parte II

Continuando o resumo do meu primeiro vivendo em um país estrangeiro, trago outros temas que todo mundo tem curiosidade quando sabe que moro aqui. As duas perguntas mais comuns são: como é o inverno no Canadá? E a comida é muito diferente? Vem comigo para saber as respostas:

Inverno: eu sobrevivi!

Gente, o inverno é suportável se estamos vestidos corretamente. Quer dizer, equipados com o kit frio completo: roupa térmica por baixo, roupa “normal” por cima, super casaco com tecnologia para suportar até -40º C, luva, cachecol, touca, meia grossa e bota impermeável. 

O legal é que o inverno aqui é bonito, com dias ensolarados o que anima para sair de casa. Além disso, a neve é linda. Ela brilha como se fossem pequenos pontos de purpurina prateada. Só que depois ela fica suja, por causa dos carros e das bitucas de cigarro que os mal-educados insistem em jogar na rua.

Para aproveitar a temporada gelada o negócio é praticar esportes. Montréal tem uma estrutura bacana e acontece até uma animada “Festa das Neves” com várias atrações como patinação, tobogã e até shows.

Agora, quando neva forte - e por um longo período - fica complicado, logo em seguida, sair de qualquer lugar fechado e ir para as ruas. Se você estiver a pé vai, a cada passo, afundar na neve ainda fofinha (a sensação é parecida com a de andar em uma duna de areia). Se o seu carro não estava no abrigo de uma garagem, você terá que usar uma pá para tirar a neve na frente dos pneus. Uma chatice!

Mas, o que torna o inverno difícil é o tempo que temos que conviver com as baixas temperaturas. No ano passado ele chegou adiantado, no final de novembro e ficou até o fim de março. Quatro meses! Foi um primeiro inverno daqueles de assustar até canadense, o pior dos últimos 30 anos segundo os meteorologistas... Mas, aguentei firme e forte. Não sem reclamar um pouco, confesso. 

Comida: do Poutine a Cabana à Sucre

Foto: Interstude

Tem duas especialidades que são típicas daqui. A primeira é o Poutine. Nada mais do que batatas fritas cobertas com molho vermelho e muito queijo coalho derretido. Há também diversas variações do calórico prato. Uma das minhas favoritas  é servida no 3 Brasseurs e leva as fritas acompanhadas de cebolas caramelizadas e shimeji. Humm! 

Já a Cabana à Sucre são restaurantes bem rústicos que ficam em locais mais afastados da cidade e que abrem somente durante o inverno. Eles servem um menu com diversos pratos à base de carne porco. Tem frios, toucinho e de sobremesa um "pirulito"da tira de Sirop d’Érable. Que lembra um mel, mas que é feito com o xarope de bordo e é colocada ainda quente na neve.

Mas, a comida do dia a dia que estamos acostumados no Brasil fica fácil de reproduzir por aqui. Nos supermercados conseguimos encontrar facilmente arroz, feijão, salada, carnes, massas, frutas etc.

Quando bate a vontade de algo típico brazuca dá para recorrer aos mercados portugueses que vendem um pouco de tudo, como pão de queijo Forno de Minas e Guaraná Antártica. Até um açougue que corta picanha já descobrimos. Melhor ainda que o preço é uma pechincha e fica perto de casa.

Espero que a leitura tenha sido interessante. Semana que vem trarei um post extra falando das viagens que fizemos, das visitas que recebemos, das novas amizades que conquistamos e de como eu administro as saudades dos amigos distantes.

Se você chegou aqui agora e quer saber o começo dessa história, leia esse post aqui: 
- Um ano no Canadá – Parte I

Beijos e bom final de semana,